segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Terceiro Comando






Nota: Para outros significados de Terceiro Comando, ver Terceiro Comando (desambiguação). O Terceiro Comando é uma facção criminosa carioca, surgida como contraponto ao Comando Vermelho depois de 1994.

Ao contrário da facção rival, os detalhes de sua criação ainda são obscuros, mas acredita-se que tenha surgido a partir da Falange Jacaré, que opunha-se ao CV já nos anos oitenta [1] [2]. Outros consideram que o TC surgiu de uma dissidência do Comando Vermelho e por policiais que passaram para o lado do crime, como o traficante Zaca, que foi policial militar e disputou sangrenta guerra com o traficante Marcinho VP no morro Dona Marta na zona Sul do Rio de Janeiro. O TC Passou a dominar pontos de venda a partir das zonas Oeste e Norte, áreas mais periféricas da cidade do Rio de Janeiro.

Aliou-se à facção ADA (Amigos dos Amigos), em 1998, fortalecendo e ampliando a organização.

Em 2002, surge uma dissidência, o Terceiro Comando Puro, liderada pelo traficante Facão.

Em Setembro de 2002, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos líderes do Comando Vermelho, articulou uma rebelião no presídio de Bangu I, em que foram executados as principais líderes do TC, dentre eles o traficante Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê. Celsinho da Vila Vintém, da ADA, foi acusado de traidor, o que gerou a divisão entre TC e ADA. Após isso os traficantes do TC então passaram à ADA ou partiram de vez para o TCP.

Porém, as divisões quase enfraqueceram o TC, que atualmente controla favela de Parada de Lucas.

Terceiro Comando Puro


O Terceiro Comando Puro é uma organização criminosa carioca, surgida no Complexo da Maré no ano de 2002, a partir de uma dissidência do (Terceiro Comando), liderada pelo Traficante Facão.

Durante a maior parte daquele ano o TCP permaneceu como uma facção menor, porém após setembro de 2002, quando Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar liderou uma revolta no presídio Bangu 1, matando alguns rivais, entre eles , líder do TC, este rompeu sua aliança com a (ADA), e os traficantes do então TC ou passaram de vez para o lado da ADA, ou migraram para o TCP.

Desde então o TCP dominou pontos de venda nas zonas Norte e Oeste, mais especificamente no bairro de Senador Camará, tendo pouca expressão no Centro e na Zona Sul. Em Senador Camará, as principais favelas são: Coréia, Rebu, Cavalo de Aço e Vila Aliança. A partir de 2005, porém, começou, como outras facções, a sofrer baixas com a ação das milícias.

[editar] TCP em 2006 e 2007

Com a queda das vendas de drogas pela ação das milícias, os traficantes passaram a promover shows e bailes para aumentar o lucro nas bocas-de-fumo. Segundo a inteligência da polícia, as favelas comandadas pelo TCP têm um forte índice de vendas de drogas: 40%, tendo algumas das favelas dessa facção um lucro mensal de mais de R$ 1 milhão por mês, como por exemplo a favela Acari, reduto do traficante Alberico, o Derico de Acari, que comanda os pontos de drogas nessa região.

A guerra entre as facções vem cada vez fazendo mais vítimas: quatro jovens da favela da Vila do João foram assassinados brutalmente com requintes de crueldade por traficantes da Morro do Adeus, comunidade controlada pelo Terceiro Comando Puro. Os corpos dos jovens foram encontrados decapitados, dentro de um carro. Constantemente a comunidade do Sapo de Senador Camará sofre invasões brutais de bandidos da Coréia e Vila Aliança. A Coréia, por exemplo, é uma das favelas mais fortes do Rio de Janeiro. Em 2004 a polícia encontrou minas terrestres, duas bazucas e uma metralhadora antiaérea .50 num fundo falso de uma casa.








Polícia prende suposto líder

MARIO HUGO MONKEN
Agência Folha – Rio

A polícia do Rio prendeu ontem, na cidade de Maringá (PR), o traficante Alberico de Azevedo Medeiros, 28, o Derico, acusado de ser um dos líderes da facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro) e um dos criminosos mais procurados no Estado.

Derico é apontado como o chefe do tráfico no complexo de favelas de Acari (zona norte), principal entreposto de drogas do TCP. Segundo policiais da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), que o prenderam, o traficante estava radicado no Sul havia cerca de três meses. Ele é o segundo na hierarquia do TCP, só atrás de Róbson André da Silva, o Robinho Pinga.

Derico assumiu o controle do tráfico em Acari no final de 2002 após se desentender com o traficante Paulo César Silva dos Santos, o Linho, que está desaparecido desde o ano passado.

Segundo a polícia, Linho teria ordenado a morte de um de seus irmãos. Em represália, Derico expulsou seus familiares de Acari, incluindo sua mãe, Dulce Maria dos Santos.

A desavença foi uma das razões que levaram o racha no antigo TC (Terceiro Comando), do qual pertenciam Derico e Linho. Com o rompimento, Derico se juntou a Robinho Pinga e formou o TCP, enquanto que Linho se associou à ADA (Amigo dos Amigos).

Nos últimos dois meses, a PF (Polícia Federal) realizou várias apreensões de drogas e armas que vinham do Paraguai para abastecer a quadrilha de Derico em Acari.

Uma das apreensões ocorreu no dia 6 de julho na rodovia Presidente Dutra. Na ocasião, quatro pessoas - entre elas um sargento do Exército da ativa e um outro militar da reserva_foram presos transportando 300 kg de maconha, além de armas e munições.

O grupo estava com uma pistola 45 e outra 9mm, quatro carregadores, munição 9mm e um facão de combate, em uma Veraneio, pintada como se fosse um veículo militar.

Derico é investigado também por pagar supostas propinas a policiais militares encarregados do policiamento no complexo de Acari.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, Derico, ao ser preso, afirmou que tinha abandonado o crime e se convertido a uma religião evangélica.

O Presídio Laércio da Costa Pellegrino, o Bangu 1, foi inaugurado em 1988. Caixa de concreto com uma única porta de entrada e saída, é uma das poucas cadeias do país que não estão superlotadas

Capacidade: 48 detentos
Ocupação atual: 44 detentos
Funcionários: 98, dos quais 48 carcereiros
Banho de sol: Uma vez por semana, um preso por vez
Celas: Solitárias de 6 m2, cama de concreto com colchonete, privada (um buraco no chão) e chuveiro

SEGURANÇA DUVIDOSA

Reprodução
Marcelo Carnaval/
Ag. O Globo

Reprodução

Reprodução
Em 1990, Chocolate, seqüestrador do publicitário Roberto Medina, aparece enforcado em sua cela Em 1995, Wellington Oliveira e outros dois presos fogem abrindo um buraco no teto e pulando o muro Em 1997, Mau-Mau, um dos chefes do Terceiro Comando, é morto a tiros em plena galeria Em 2001, o traficante Dênis da Rocinha é espancado e estrangulado pelos outros presos


O QUE FOI APREENDIDO

• 7 celulares
• 30 carregadores
• 14 balas calibre 38

• 300 g de maconha
• R$ 1.100 em dinheiro
• 2 aparelhos de fax

Há outros dados escandalosos. Um promotor ouviu relatos de que os principais traficantes do Comando Vermelho presos em Bangu 1 chegavam a receber mesadas de R$ 400 mil dos comparsas em liberdade. O dinheiro seria utilizado para corromper autoridades do sistema penal. Suspeitas como essa levaram a juíza Sônia Maria Garcia Gomes Pinto, da 1a Vara Criminal de Bangu, a acatar pedido do Ministério Público e afastar provisoriamente não só o diretor de Bangu 1, como também todos os 98 agentes carcerários lotados na penitenciária. Alegando falta de contingente, o Estado não cumpriu a segunda determinação.

"Qualquer pessoa que trabalhe numa cadeia sabe que são encontrados celulares em todas as revistas periódicas. E que, no dia seguinte à revista, haverá dezenas de outros nas celas", afirma a socióloga Julita Lengruber, ex-diretora do Departamento Geral do Sistema Penitenciário. A corrupção dos funcionários, diz ela, é a principal causa. "Só no Rio, são mais de 3 mil agentes, que ganham mal. Muitos moram em favelas, são vizinhos dos traficantes. Por isso tornam-se absolutamente corruptíveis." Os agentes penitenciários tentam se defender. O sindicato dos serventuários da Justiça foi a público acusar o Estado de não manter em boas condições de funcionamento os aparelhos de detecção de metal nos presídios.

Essa controvérsia pode dar origem a um debate importante, sobre o tipo de sistema penal e carcerário adequado ao país. Sabe-se que os presídios brasileiros são, em geral, ambientes infectos e desumanos, onde os detentos são expostos a toda sorte de atrocidades. Isso, porém, não faz com que um marginal pense duas vezes antes de praticar um crime. Primeiro, porque são poucos os riscos de ser capturado - há nada menos que 204 mil foragidos, contra cerca de 200 mil presidiários. Segundo, porque, caso vá parar numa cela, sair de lá ou ter a pena reduzida não são propriamente dificuldades extremas. No caso específico de Bangu 1, fugir parece simplesmente desnecessário para os bandidos, que tocam suas operações ali dentro sem ser incomodados. "Chamar Bangu 1 de segurança máxima é uma piada", diz o consultor Ricardo Chilelli. Inaugurada em julho de 1988 para ser a penitenciária mais segura da América Latina, Bangu 1 é uma boa idéia que deu errado. A proposta era manter isolados, sem poder de articulação e sob forte vigilância, 48 bandidos de altíssima periculosidade. A corrupção produziu as distorções que agora vêm à tona.

Leandro Pimentel/ÉPOCA

RECREAÇÃO
No torneio de 1999, Elias Maluco (à dir., de preto) e seu time

Uma amostra do poder dos traficantes foi exibida em 1998, quando Sidneya Santos de Jesus, diretora do presídio, pediu ao serviço de inteligência da PMum equipamento para rastrear ligações de celulares. Receando a corrupção dos agentes penitenciários, ela escondeu o aparelho, que cabia numa maleta 007, numa sala do 14o Batalhão da PM, em Bangu, nas proximidades do prédio. Não adiantou. No dia seguinte, o dispositivo foi encontrado totalmente destruído, ali mesmo, dentro do quartel. Sidneya, que havia recusado propina de traficantes para facilitar a entrada de telefones, foi assassinada em setembro de 2000 quando entrava em casa. Mais tarde, descobriu-se que PMs do batalhão atuavam como seguranças do traficante Celsinho de Vila Vintém.

Na penitenciária estão detidos os 44 traficantes mais perigosos do Rio. Eles ficam 14 horas por dia confinados. Cada uma das quatro galerias conta com uma TV de 14 polegadas e cada preso pode ter um aparelho de 5 polegadas dentro da cela. Visitas íntimas ocorrem aos sábados e uma vez por semana joga-se uma pelada na quadra esportiva. Em 1999, ÉPOCA presenciou uma final do torneio de futebol entre os detentos dos presídios de Bangu 1, 2 e 3. Os times tinham como patronos os bambambãs do tráfico. Uma foto da festa mostra uma das equipes, o Bonsucesso, posando ao lado de seu "cartola": o até então presidiário Elias Maluco, traficante apontado como o responsável pela morte do jornalista Tim Lopes, executado há três semanas. Maluco cumpriu uma parte da pena e foi solto.












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