Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deverá buscar nesta quarta-feira cinco brasileiros que estão internados no Suriname, vítimas da onda de violência que ocorreu na cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital, Paramaribo.
O apoio da FAB é resultado de um pedido do Itamaraty, que planeja levar os brasileiros para a cidade de Belém, no Pará.
Diplomatas brasileiros não descartam, ainda, a possibilidade de o voo ser estendido a outros 15 imigrantes, que demonstraram interesse em retornar ao país.
Essa é a segunda viagem da FAB ao país vizinho desde o ataque a brasileiros, na véspera de Natal. No último domingo, um avião da Força Aérea chegou a Belém com cinco brasileiros que escaparam do confronto.
Diplomatas brasileiros que estão no Suriname continuam percorrendo hospitais e hotéis da região, em busca de vítimas e testemunhas do confronto.
Estima-se que 80 brasileiros tenham sido atacados por um grupo de maroons (etnia local, descendente de escravos africanos). A onda de violência seria uma represália ao suposto assassinato de um surinamês por um brasileiro.
O governo brasileiro ainda não teve a confirmação de nenhuma vítima fatal, mas algumas testemunhas falam em quatro assassinatos e em pessoas ainda desaparecidas.
"Incomunicáveis"
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty diz que a grande maioria dos brasileiros que vivem na região de Albina trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa e que "costumam passar semanas na floresta, incomunicáveis".
Por esse motivo, diz o comunicado, "é necessário aguardar antes de considerar desaparecido qualquer desses cidadãos".
Segundo o Itamaraty, a chanceler do Suriname, Lygia Kraag, expressou "profunda desolação do governo do Suriname em relação ao ocorrido".
Durante uma reunião com o embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, a chanceler teria ainda "manifestado a perplexidade do povo e do governo do país com o fato de um desentendimento individual ter gerado convulsão desse porte".
Ainda de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a chancelaria do Suriname "declarou que o governo tomará todas as providências necessárias para que fato similar não venha a se repetir".
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