quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Trabalho sobre mimetismo ganha prêmio de iniciação científica

Marcos Vinício da Silva, participante do Programa de Vocação Científica (Provoc) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), conquistou o prêmio de melhor trabalho do Provoc na Fiocruz na 18ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica da Fiocruz (Raic). Marcos tem 18 anos, é morador da Maré e cursa o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Olga Benário Prestes. O estudante foi selecionado para o Provoc pelo Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), com o qual o programa tem um convênio. Marcos está no Provoc desde 2008 e atualmente está na Etapa Avançado do Programa.

Marcos foi premiado pelo trabalho ‘Morfologia comparada de Lissoscarta beckeri e Propetes schmidti: cigarrinhas que mimetizam vespas’, desenvolvido com a orientação do pesquisador Márcio Felix, do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde Marcos faz o Provoc. Em sua pesquisa, que ainda está em andamento, Marcos investiga como as espécies estudadas das cigarrinhas conseguem obter uma postura similar a de uma vespa (mimetismo ostensivo). Uma das conclusões é que as cigarrinhas só conseguem fazer isso porque o abdômen e a asa trabalham em conjunto. “Fiquei surpreso com a premiação. Estava muito nervoso no dia da apresentação, mas acho que consegui passar com clareza o que eu tinha estudado. Participar da Raic foi muito bom pra ampliar meu campo de conhecimento”, disse Marcos, que este ano vai prestar vestibular para Biologia.

O Provoc proporciona aos estudantes a oportunidade de desenvolver a pesquisa e a vocação científica. Atualmente, participam do programa cerca de 140 alunos de escolas públicas e privadas da cidade do Rio de Janeiro, além de moradores de comunidades do entorno da Fiocruz. No Provoc, os estudantes são encaminhados para unidades da Fiocruz e acompanham o trabalho de um pesquisador.

Mais um prêmio

 Egresso do Provoc, Matheus Duarte da Silva também foi premiado na Raic deste ano como o melhor trabalho de Bolsista de Iniciação Científica e Iniciação Tecnológica, nas áreas de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. O trabalho ‘A peste no Rio de Janeiro: Imaginário e representações sociais da peste bubônica no Rio de Janeiro (1900-1906)’, é orientado pela pesquisadora Dilene Raimundo do Nascimento, da Casa de Oswaldo Cruz (COC).

Matheus, de 20 anos, participou do Provoc de 2006 a 2009 e atualmente é bolsista Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) na COC, mesma unidade na qual fez o Provoc, também sob a orientação de Dilene. “Ganhar foi o reconhecimento de um trabalho desenvolvido desde o Provoc e é um estímulo para continuar”, disse Matheus.

Na primeira fase de seu trabalho, por meio da leitura de relatórios ministeriais, jornais e outros documentos, Matheus estudou como o Estado atuou para combater a peste bubônica no Rio de Janeiro. “Sempre houve uma preocupação em combater a doença, mas as medidas eram ineficazes até 1903, quando Oswaldo Cruz conseguiu vencer a doença, mudando algumas práticas”, contou Matheus. “Havia outras doenças que matavam mais, mas a peste criava barreiras para o comércio e passava uma imagem de país atrasado. Por isso, o governo priorizou o combate à peste”, disse o estudante, que atualmente cursa História na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na próxima fase do seu trabalho, Matheus irá estudar o papel da população do Rio de Janeiro diante da peste.

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