Rio - Em operação na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira, policiais militares do 3º BPM (Méier), 22º (Maré) e 16º (Olaria) prenderam um homem que teria planejado a tentativa de assassinato ao ex-secretário de Segurança Pública, Josias Quintal, durante o governo Anthony Garotinho. Houve intensa troca de tiros.
Os policiais chegaram à comunidade por volta de 7h. Os PMs utilizaram o acesso à favela pela Avenida Don Hélder Câmara e entraram com um veículo blindado (Caveirão). A casa do suspeito, identificado como Carlos José Ambrósio Lessa, foi cercada e ele ainda tentou fugir pelo telhado, mas acabou sob custódia. Outro homem, que não teve o nome revelado, também foi preso.
Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia
Josias Quintal, ex-secretário de Segurança Pública, com a foto do suspeito de planejar sua morte | Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia
"Você (Carlos José) é um instumento dessa história toda. Você tinha que pagar mesmo", disse Josias Quintal após a prisão.
De acordo com informações, o próprio Josias Quintal estará na 25ª DP (Rocha) para reconhecer o suspeito. No dia 25 de junho deste ano, Valdemar Linhares Duarte, então secretario municipal de Indústria e Comércio de Aperibé, no norte do estado, foi morto a tiros por um homem quando deixava a fazenda Pedra Lisa, de propriedade do coronel Josias Quintal, onde haviam feito uma reunião. No momento em que foi atacado, o homem dirigia uma caminhonete Chevrolet Montana, idêntica a do coronel.
Quase um mês depois, no dia 18 de julho, uma ação conjunta do Serviço Reservado do 36º BPM (Santo Antônio de Pádua), da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e da Sub-Chefia Operacional, da Polícia Civil, prendeu, em Aperibé, Maximiliano Rocha da Conceição, de 33 anos, apontado como autor dos disparos que mataram Valdemar Linhares Duarte. De acordo com a Polícia, o preso confessou que o alvo não era o secretário, mas Josias Quintal.
Mandante seria um político
Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia
O Carlos José Ambrósio Lessa, o suspeito de planejar a morte de Josias Quintal | Foto: Eduardo Naddar / Agência O Dia
O vice-presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio de Pádua, o político Juscelino Cruz de Araújo, foi apontado pelo assassino como o mandante da tentativa de assassinato. O político já foi chefe da 14ª Ciretran, sediada na região, e durante as eleições para vereador negociava a troca de votos pela concessão de carteiras de motoristas para os eleitores.
A negociação foi descoberta pela Polícia Federal, que apreendeu cópias de títulos de eleitores e de carteiras de identidade em uma Auto-Escola pertencente ao filho de Juscelino, então candidato a vereador.
Na ocasião, Juscelino foi denunciado pela promotora da 34ª Zona Eleitoral, Gabriela Lusquinhos, por uso da máquina administrativa. Ele chegou a ser afastado de suas funções na Câmara Municipal, mas acabou retornando. Em 2007, consta, também, outro processo eleitoral insurado contra ele no Superior Tribunal Federal.
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