terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Chuvas causam transtornos na Maré

Quando chove esta rua alaga muito, vira uma piscina. Em janeiro do ano passado, a água entrou aqui no meu trailer e quase perdi meus dois freezeres, lembra o comerciante Alexandre dos Santos, de 26 anos. Ele é um dos muitos mareenses que sofrem com as enchentes na rua Guilherme Maxwell. Assim como outros bairros da cidade, a Maré vem sofrendo com as chuvas de verão. A água invade as casa de muitos moradorese várias ruas da comunidade ficam alagadas.

As causas das enchentes são muitas. Entre elas está a colocação de lixo fora do horário de coleta e o despejo em valões. Quando vem a chuva, o lixo entope a rede e a água que deveria escoar volta pelos valões e bueiros, misturada com mais lixo e esgoto. A comerciante Tania Maria Farias, de 41 anos, moradora da Vila do Pinheiro, conhece bem o problema. Até fica difí­cil andar aqui quando a rua enche. Cai muito o movimento na minha barraca. Aqui não há locais para se jogar lixo, mas infelizmente os moradores jogam do lado do colégio. Acho isto falta de educação e respeito com o outro, diz.

E o poder público?
Mas os alagamentos não são causados apenas pelo descuido dos moradores. A população da Maré aumentou muito nos últimos anos, mas foram feitos poucos investimentos em infra-estrutura na regiãoo. Novas comunidades, como a Tekno Parque, não apresentam um sistema de saneamento básico que comporte todoo esgoto. O número reduzido de fossas causa transtorno aos moradores. Para o comerciante Manuel de Castro, de 56 anos, o problema vem se agravando com os anos. Moro aqui desde 1971 e essa rua sempre encheu. A água fica toda na rua. Antigamente não acontecia com frequência, mas, hoje, enche até o meu bar e as casas vizinhas, diz.
Segundo o administrador regional Paulo Cunha, de 52 anos, há necessá¡rio que o saneamento básico e as tubulações de águas pluviais sejam todas refeitas dentro da comunidade. Para ele, um conjunto de fatores prejudica o morador, como o número reduzido de garis comunitários e o despejo de lixo em locais imprróprios. O crescimento do número de moradias também sobrecarrega o sistema, facilitando a ocorrência de alagamentos. Muitos moradores fazem novas ligacões nas tubulações de esgoto sem pedir ajuda à Cedae. Para o representante da Cedae na comunidade, Vilmar Gomes, de 42 anos, é necessário que as ligações clandestinas sejam regularizadas. Não há nenhuma comunidade aqui dentro que não tenha estas ligações. Os moradores deveriam enviar uma carta ao governador para pedir a troca das tubulações, já que nãos são podemos fazer pequenas intervençõess, como obras de até três metros, afirma. A opinião do morador não é diferente. Para muitos, torna-se necessário a troca das manilhas e tubulações. Dulcinia Lima dos Santos, de 31 anos, da Nova Maré, acreditaque seja necessário rever o sistema de saneamento da comunidade. O ideal é que as manilhas sejam refeitas, conclui. A Maré possui apenas três elevatórias de coleta de esgoto - na Baixa do Sapateiro, na Nova Holanda e no Parque União. Para Vilmar Gomes, de 42 anos, deveria ser feita uma nova elevatória na comunidade, já que parte do Parque União não tem seu esgoto levado para a elevatória. Uma solução seria a ligação de parte deste esgoto com a elevatória da Roquete Pinto, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.