domingo, 17 de janeiro de 2010

Brasileiro era uma lenda para as forças de paz da ONU, afirma Ban

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou hoje, em comunicado, que o brasileiro Luiz Carlos da Costa, chefe-adjunto civil da missão de paz da organização no Haiti, era "uma lenda para as forças de paz da ONU". O corpo de Costa foi encontrado em meio aos escombros da sede da ONU em Porto Príncipe, conhecida como Hotel Christopher, um dos muitos prédios arrasados pelo terremoto de magnitude 7 de terça-feira (12).
Costa era o funcionário brasileiro de mais alto cargo na ONU. Ele tinha 60 anos, era casado e deixa duas filhas. 
"Seu extraordinário profissionalismo e sua dedicação igualavam seu carisma e sua ternura, sua devoção a todos seus amigos", afirmou Ban. Segundo o secretário-geral, o brasileiro foi "mentor de muitas gerações de pessoal". "Conhecia a eles e às suas famílias, sempre estava disposto a escutá-los e a ajudá-los", disse.
Ban telefonou para a representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixadora Maria Luiza Viotti, para informar o encontro do corpo e transmitir pêsames, afirmou o Itamaraty.
Também neste sábado foram confirmadas a morte do chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, e do chefe de polícia da mesma missão de paz, Doug Coates. Em seu comunicado, Ban afirmou que os três "entregaram totalmente as vidas pela paz". "As Nações Unidas têm seu coração com eles e com as famílias e amigos de Hedi, Luiz, Douge e muitos outros que deram suas vidas pelo Haiti e pelos ideais da ONU", disse Ban.
Conforme as últimas estimativas da própria ONU, cerca de 40 funcionários morreram no desabamento da sede de Porto Príncipe e cerca de 300 --entre estrangeiros e haitianos-- permanecem desaparecidos.
Ban afirmou hoje que Annabi, o chefe da Minustah, de 64 anos, era um "verdadeiro cidadão do mundo". "Para ele a ONU era sua vida e ele estava entre seus filhos mais comprometidos. Era um apaixonado de sua missão e de sua gente." Para Ban, durante a sua carreira, Annabi demonstrou "energia, disciplina e coragem".
"[Annabi era] um ícone das forças de paz. Não havia melhor representante desse corpo. Era um homem delicado, com o coração de leão, a quem lembraremos por seu senso de humor, sua integridade e sua ética sem igual", completou Ban.
O tunisiano assumiu a Minustah em 2007, sucedendo o diplomata guatemalteco Edmond Mulet --que voltou à chefia interina da missão no dia seguinte ao terremoto, já sob a suspeita de que Annabi estivesse morto. O tunisiano entrou pra ONU em 1981 e participou de todas as missões de paz realizadas, durante mais de uma década.
Ban viaja neste domingo ao Haiti para avaliar no terreno as necessidades de assistência humanitária no país caribenho.

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