sábado, 16 de janeiro de 2010

Governo diz que 6.000 presos fugiram após terremoto; desespero aumenta no Haiti

Um total de 6.000 presos fugiram das penitenciárias do Haiti, que ficaram parcialmente destruídas e sem vigilância após o terremoto da última terça-feira, que provocou milhares de mortes.
  • Arte UOL Nome oficial: República do Haiti
    Capital: Porto Príncipe
    População: 9.035.536
    Idiomas: francês e francês crioulo
    Religião: católica, protestante,afro-americanas
    Etnias: negros (95%), mulatos e brancos (5%)
    IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 148º
    Tipo de governo: república presidencialista
    Divisão administrativa: o país é dividido em 10 departamentos


Quatro dias depois, o desespero e a revolta aumentam no Haiti, após o terremoto que destruiu Porto Príncipe, onde saqueadores armados levam terror às ruas, enquanto as autoridades criticam problemas de coordenação para a distribuição de ajuda humanitária.

Ao mesmo tempo que funcionários da ONU pedem mais ajuda, os saques não param e acontecem confrontos violentos nos postos de distribuição de ajuda.

"Há homens armados, muitos saques", afirma Eglide Victor. A casa precária deste haitiano foi a única que permaneceu de pé em todo um quarteirão no centro de Porto Príncipe.

Os números de mortos e prejuízos ainda são desencontrados. Segundo o ministro haitiano de Saúde, Alex Larsen, pelo menos 50 mil pessoas morreram e 250 mil ficaram feridas no terremoto. Segundo as primeiras estimativas da direção de Defesa Civil, de 750 mil a 1 milhão de pessoas ficaram sem moradia.

O primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, disse que mais de 15 mil corpos já foram recolhidos e enterrados. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO, na sigla em inglês), da ONU, o total de mortos pode ter deixado entre 50 mil e 100 mil mortos. Já a Cruz Vermelha havia estimado o total entre 45 mil e 50 mil. O ministro de Interior, Paul Antoine Bien-Aime, disse esperar que o número de mortos alcance 200 mil. "Já coletamos cerca de 50 mil corpos e esperamos que haverá entre 100 mil e 200 mil, no total, embora ainda não saibamos o número exato", disse na sexta-feira (15).

Entre os brasileiros, o Exército confirma a morte de 14 militares da Minustah, a missão de paz da ONU no país liderada pelo Brasil. Outros quatro estão desaparecidos sob escombros, conforme informações oficiais, além do representante especial adjunto da ONU no Haiti, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, que estaria soterrado e cuja morte foi dada como certa pelo ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim.

A lista de vítimas brasileiras inclui também a médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Prioridades
O ministro da Saúde indicou que o governo já estabeleceu os eixos prioritários de intervenção para enfrentar a tragédia: a saúde pública, a ajuda humanitária, os albergues provisórios, a logística para fornecer água e saneamento, assim como a reconstrução.

Os feridos estão morrendo nos hospitais, que estão completamente transbordados, por falta de auxílio, de remédios e até de comida. "Os que não morrem por seus ferimentos, morrem de fome", disse à agência Efe o diretor do Hospital Geral, Guy Laroche. O hospital, que é o maior da capital, tem 2.000 corpos em suas instalações e um número de feridos "que já não posso nem contar", indicou Laroche.

"Vi morrer feridos que precisavam de amputação entre gritos desesperadores, sem poder fazer nada porque não tinha material nem de amputação nem sangue para transfusões", disse Genevieve Reynold Savain, proprietária da clínica privada CDTI, no bairro de Sacré Coeur.

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