sábado, 16 de janeiro de 2010

Haitianos cobram recolhimento de corpos fora da capital

Barricadas de pneus incendiados, escombros e ao menos quatro corpos bloqueavam a estrada principal que liga a capital do Haiti à cidade de Carrefour, neste sábado, enquanto as pessoas protestavam exigindo a remoção dos corpos que apodrecem ao sol. "Já foram retirados alguns corpos, mas há muitos, muitos mais", indicou o sacerdote vodu Charles Weber, 52, em meio à multidão de cerca de 40 manifestantes que se concentravam nas imediações da barreira improvisada em chamas.
Enquanto Weber falava, uma viatura policial da combalida Força Nacional haitiana foi obrigada a dar meia volta rapidamente para evitar a ira dos moradores.
Funcionários das Nações Unidas advertem que não podem estender suas operações às áreas próximas até que haja garantias de segurança. As Nações Unidas e outras agências internacionais de ajuda concentram suas atividades de assistência no centro de Porto Príncipe.
Uma equipe da ONU (Organização das Nações Unidas) indicou neste sábado que Carrefour, uma pobre cidade a oeste de Porto Príncipe, com 334 mil habitantes, tinha sido destruída em 40% a 50% pelo tremor de magnitude 7 de terça-feira passada (12). Dano similar aconteceu na cidade de Gressier, com 25 mil habitantes.
Quase 90% das construções da cidade vizinha de Leogane, também na mesma direção, estavam danificadas pelo terremoto. Leogane, a área "mais afetada" fora da capital, segundo Elisabeth Byrs, porta-voz da Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, é atualmente o túmulo de cerca de 10 mil pessoas, muitas delas presas dentro das construções que desabaram.
A ONU ativou um centro de operações no aeroporto central de Porto Príncipe para coordenar as equipes de busca e resgate de 27 países.
Tragédia
O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.
Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, elevou na sexta-feira para 17 o número de brasileiros mortos no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa.

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