quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Buscas seguem no Haiti após terremoto que devastou a capital


Casa destruída na capital do Haiti, Porto Príncipe, após terremoto de 7 graus na escala Richter
As buscas por mortos e desaparecidos continuam no Haiti nesta quarta-feira, após um tremor de 7 graus na escala Richter ter atingido a capital do país, Porto Príncipe, na tarde da terça-feira, causando grande destruição.
Ainda não há uma contagem oficial de mortos, mas teme-se que centenas ou até milhares de pessoas podem ter morrido.
Segundo a Cruz Vermelha Internacional, até 3 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor, o maior no Haiti em dois séculos.
Vários edifícios desmoronaram na capital haitiana, entre eles o palácio presidencial e a sede da missão da Organização das Nacões Unidas no país.
O governo brasileiro confirmou a morte de quatro militares brasileiros das forças de paz da ONU no país (Minustah). O Brasil comanda a operação militar da Minustah e conta com 1.200 dos 7.000 soldados da força no país.
Também há a confirmação da morte de soldados jordanianos e chineses das forças da Minustah.
Entre as vítimas fatais também está a médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, que teria morrido depois que escombros caíram sobre ela enquanto caminhava por uma rua de Porto Príncipe.
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Em entrevista à Agência Brasil, o ministro interino da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Rogério Sottili, afirmou que há relatos de mais de 17 brasileiros mortos pelo terremoto.
Sottili embarcou nesta quarta-feira, junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para Porto Príncipe.
O governo brasileiro também anunciou o envio de uma ajuda de US$ 10 milhões para o Haiti, além de 28 toneladas de alimentos e água para as vítimas.
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‘Catástrofe’
A ONU confirmou que há um “grande número” de seus funcionários desaparecidos. O chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, teria morrido, segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner.
Um enviado do governo americano descreveu o terremoto no Haiti como “uma catástrofe” e disse que o prejuízo com os danos provocados pelo tremor podem chegar a bilhões de dólares.
Vários países e organizações internacionais anunciaram o envio de ajuda ao Haiti. Em uma entrevista na manhã desta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anunciou a mobilização de mais US$ 10 milhões em ajuda ao Haiti.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento havia aprovado ainda na terça-feira o envio de US$ 200 milhões em ajuda emergencial.
Segundo oficiais da ONU, o aeroporto de Porto Príncipe está operando e cerca de 3 mil soldados das forças de paz estão patrulhando as ruas e fazendo a segurança do aeroporto de do porto.
Tremores secundários
Segundo o US Geological Survey, a agência geológica americana, o terremoto ocorreu por volta das 16h53 (horário local, 19h53 de Brasília).
O epicentro do tremor foi localizado a cerca de 15 quilômetros de Porto Príncipe, a apenas 10 quilômetros de profundidade.
Pelo menos dois tremores secundários – de 5,9 e 5,5 graus, respectivamente, foram registrados logo após o primeiro terremoto.
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Muitos haitianos passaram a noite nas ruas da capital, desabrigados pelo terremoto ou temerosos sobre possíveis novos tremores.
Há relatos da ocorrência de saques durante a madrugada.
Após o amanhecer, muitos buscavam informações sobre os estragos ocorridos na véspera.
Hotel
Um funcionário do governo francês disse à agência de notícias France Presse que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros no Hotel Montana, um dos locais mais populares entre os turistas na capital haitiana.
O embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, disse que as sedes do palácio presidencial, da sede da Receita Federal, do Ministério do Comércio e do Ministério das Relações Exteriores sofreram danos provocados pelo tremor, mas que o aeroporto da capital estava intacto.
Segundo ele, o presidente René Preval escapou ileso do terremoto.
O secretário da ONU para Operações de Paz, Alain Le Roy, afirmou que a sede da Organização no país foi gravemente afetada e diversos funcionários estariam desaparecidos.
A sede do Banco Mundial também foi destruída, e alguns funcionários da instituição ainda estão desaparecidos. A organização anunciou o envio de uma equipe para o Haiti para avaliar os danos e ajudar a montar um plano de recuperação.

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